LEVANTAMENTO HISTÓRICO CULTURAL DAS COMUNIDADES
Segundo os livros que contam
a história de Faxinal do Soturno, a imigração italiana para o Rio Grande do
Sul, mais especificamente para a Quarta Colônia, Tinha sede em Silveira Martins.
Os imigrantes que vieram se estabeleceram nesta sede em lotes coloniais
comprados do governo. Quando a sede já estava povoada foram criados núcleos nos
arredores como, por exemplo, Núcleo Norte hoje Ivorá, Núcleo Soturno hoje Nova
Palma.
No caso de Faxinal do Soturno,
estas terras pertenciam a particulares portugueses: Miguel Martins Pinto e Eduardo
Lima. Estes vendem suas terras, que serão loteadas e vendidas aos colonos
italianos. Então surgiram as comunidades.
Nesta época ainda não existia
a Linha Saxônia, a maioria das terras fazia parte de Val Veronês que pertencia
à Silveira Martins. Ela só passou existir depois da municipalização de Faxinal
do Soturno (1959).
Até 1959 os batizados,
casamentos eram realizados na Igreja de Val Veronês (hoje é Santuário) e
enterravam seus entes queridos no cemitério da mesma localidade, que pertencem
à Paróquia de Silveira Martins.
Linha Saxônia
Segundo o que contam as
pessoas da comunidade, o nome surgiu a partir da palavra “sasso”, que quer dizer “pedra”
em italiano. Deu-se esse nome porque havia muitas pedras no local, então foi
dado o nome de Linha Saxônia. Outros
dizem que o nome foi tirado da Itália.
Manoel Ribeiro mandava da divisa de Linha Base (Silveira Martins) até o Rio Soturno, começou vender (trocar) pedaços de terra em troco de cavalo, arreio (sela), comida,...
Depois veio o Pasqualini,
Giuseppe Coradini (filho) veio com sua mãe Margherita Bortholan (viúva) e
seus irmãos Hermenegildo, Celeste Pietro, Leopolda e Carlos, vieram em 1882.
Este se casou com Maria Catalan em Silveira Martins.
Guerino Coradini
Pietro Stona veio com sua esposa Catarina Lazzari.
Paulo Lora
veio em 1882 com22 anos.
Páscoa Bagolin, veio em 1886, esta casa com Paulo Lora.
Domingos Pienis
Pedro Benetti casa com Maria Coleto em 1903 e vem morar neste local.
Antonio Benetti também casa e vem com o irmão Pedro (antes de casar moravam em Guarda
Mor com seu pai Gasparo Benetti)
Quando as terras não
produziam mais e não tinha mato para derrubar e fazer suas roças, as famílias
iam procurar novas terras produtivas ou mata para derrubar. Como foi o caso da
família Fachin, Ângelo Stochero e Antonio Benetti. Já os Lorenzoni terminaram
porque o casal não teve filhos, mas adotaram Fiorindo Pozzer, que herdou a
terra, hoje ainda vive e está com 92 anos.
Mais tarde vieram:
Celestino e Alexandra Ramos
Felipe Gomes
Angelim da Silva (hoje mora na cidade de Faxinal do Soturno).
Estes vieram para trabalhar
de diarista com os moradores italianos.
Nesta época existia:
- Alambique movido à água —proprietário — o Pasqualini.
- Roda de moinho movido à água —proprietários — Giuseppe Coradini (filho) e Maria Catelan.
- Engenho prensa de cana e alambique movidos à água de Narciso Bertagnoli, depois João Amadori fez uma oficina de madeira, que não deu certo e em 1945 Aquiles Cervi fundou uma fábrica de bebidas que fazia o refrigerante Gasosa PEDRA BRANCA, esta fechou em 1955. Tudo isso se localizava onde hoje mora Roque Benetti.
- Moinho d’agua, que fazia farinha de milho e junto tinha a serraria Pica-pau, esta foi destruidapor uma enchente em 1945. Neste local hoje está construído o Centro Comunitário José Coradini.
- Alambique de José Coradini (filhos).
Hoje, tem
um alambique que faz um pouco de cachaça — proprietários — Oclides e Neuza
Benetti.
Segundo relato de Ângelo Stona, a primeira escola era na residência de Pietro Stona, a aula acontecia na sala da residência. Mais tarde na residência de Adélio Benetti. Depois construíram uma pequena escola (de madeira) na propriedade de José Coradini. E por último construíram uma escola (de tijolo) — MANOEL RIBEIRO — na terra doada pelos Stona. Hoje a escola está fechada.
Frente
Fundo
Casa de Pietro Stona, hoje é
de Ângelo Stona. Agora é usada como galpão.
Escola Manoel Ribeiro, hoje está desativada.
Na
comunidade tem um Centro Comunitário, o terreno foi doado pelos irmãos Ilário e
Ovídio Coradini e Oreste Stona. Os Coradini fizeram a doação, mas exigiram que
o Centro tivesse o nome de seu pai — José Coradini inaugurado em 1990 .
Aqui foi feita a primeira
promoção para ter fundos e começar a construir o CENTRO COMUNITÁRIO JOSÉ CORADINI.
Aqui se reuniam para jogar carta, antes de
construir o CENTRO.
Construção do Centro
Comunitário José Coradini.
A Quadra, o Centro e a Escola Manoel Ribeiro.
Inauguração da Quadra
de Esportes.
Primeira festa no
Centro.
O Centro Comunitário José
Coradini;
O Ginásio ainda não inaugurado.
Também temos o Capitel Mãe Rainha.
A Padroeira da nossa comunidade é Nossa Senhora
Aparecida.
A energia elétrica surgiu por
volta do ano 1951 e 1956. Os moradores fizeram uma associação, compraram os
fios e os postes para puxar a energia, em 1951 foi até a casa de Santo Benetti
(hoje perto de Oclides Benetti). E em 1956 puxaram até os Coradini.
O
primeiro rádio foi adquirido em 1952 por Romano Benetti.
A primeira televisão preto e
branco foi adquirida em 1970 por Ilário Coradini, próximo dos jogos da Copa do
mundo, tinha imagem e não tinha som. Nos dias de jogos, os vizinhos se reuniam
para assistir a imagem pela televisão e a narração pelo rádio.
Ilário
Coradini também comprou a primeira geladeira.
Belásio
Benetti comprou o primeiro freezer em 1982.
O primeiro telefone foi o
RURAL CEL, comprado em 1997 por Belásio Benetti. Depois vieram os celulares. Telefone
de linha não tem.
O primeiro computador foi
comprado em 2000 por Oclides Benetti, que em 2002 colocou Internet.
Atualmente na comunidade tem
aproximadamente sessenta e oito famílias.
Mapa de
todas as casas e estradas principais da Linha Saxônia.
Casas da Linha Saxônia—agosto
/2010:
1—Elenita Stona
2— Casas dos Stochero (sem
morador)
3— Paulo Luiz Benetti
4—Valdir Benetti
5—Cleber Pereira
6—Cereno Pienis
7—Oclides Benetti
8—Lídia Moraes
9—Marli Pereira
10—Neuza Bastiani
11—Arno Bastiani
12—Marciano Silvano (morador)
13—Laurinda Benetti / João
Moraes
14—Roque Prevedelo
15—Maria Martinazo
16—Abílio Martinazo
17—Solange Weber
18—JairWeber
19—Felizberto Weber
20—José dos Santos
21—Adi Stochero
22—Adelina Lopes
23—Lúcia Lopes
24—Elisandra Lopes
25—Maria / Tereza /Armando
Cassol
26—Ângelo e Ari Cassol
27—Fiorindo Pozzer
28—Leovaldo Lopes / Daniela
Lopes
29—Ivone Ortis (morava)
30—Vicente Benetti
31—Ildo Benetti
32—Domingos Benetti
33—Capitel Mãe Rainha
34—Ricardo / Alvaro Benetti
35—Belásio Benetti
36—Vilso Coradini
37—Jolene Coradini
38—Diceu Stona
39—Ângelo Stona / Odacir dos
Santos
40—Danilo Stona
41—João dos Santos
42—Hélio Coradini
43—Amábile / Vanderlei
Coradini
44—Higino Coradini
45—Olavo Coradini
46—Francisco Antonio Coradini
47—Hélia / Ismael Coradini
48—Nelson Coradini
49—Jorge Alécio Coradini
50—Eugênio Weber
51—Escola Manoel Ribeiro
(prédio)
52—Centro Comunitário
/Ginásio (em construção)
53—Arlinda /João Alberto
Coradini
54—Cirlei (sem morador)
55—Osvaldo Ribeiro
56—Hermes do Nascimento
57—Gustavo do Nascimento
58—Roque Benetti
59—Marcio Benetti (sem
morador)
60—Agomar Benetti
61—Arnaldo Albert
62—Givanildo do Nascimento
63—Marco Silvano
64—Adão Ramos
65—Alexandro Girardi
66—Luiz Girardi
67—Sílvio Girardi
68—Claudio Gomes
Casas antigas.
Esta foi a cozinha de Maria
Catelan e Giuseppe Coradini, usaram na construção pedras e tijolos feitos por
eles. Em cima ficava a cozinha e em baixo o porão. Hoje mora Francisco Antonio
Coradini.
Esta era a residência de
Ovídio Coradini, hoje não mora ninguém.
Primeira casa de
Pietro Stona.
Atualmente
Esta foi construída por João Stona
em 1939, agora mora seu filho Ângelo Stona, netos e bisnetos.
Está sendo restaurada.
Casa de
Fiorindo Pozzer.
Era de Frederico Coradini.
Hoje é de Hélio Coradini e família.
Era de Santo Benetti.
Casa de Vitélio Benetti.
Era de Celso Pienis.hoje mora Cleber Pereira.
Pessoas que aqui moraram.
Maria Catelan .
Rosa S.
Coradini(1ªesposa) de José Coradini
Zelinda Cereta Coradini(2ªesposa) e José Coradini (José filho
de Giuseppe Coradini)
Frederico Coradini e Rosa Coradini com seus filhos
(no casamento de sua filha).
Luissina
Dall’Asta Coradini , Marcelino Coradini (filho de Giuseppe Coradini) com seus
filhos.
Luissina
e Marcelino com alguns netos .
Rosa
Lora Benetti , Romano Benetti e seus filhos.
Pietro Stona nascido
em 01/10/1858,Comunidade de Vicenza na
Itália.
Pietro Stona
Antes de
sair da Itália, da Região de Monte di Sassi, além de providenciar no seu
passaporte, e no atestado de vacina, foi obrigado a prestar o serviço militar
no Exército Italiano para só assim ser liberado para emigrar para o Brasil.
Piero veio com sua esposa Ccatarina Lazzari que durante a longa viagem,
perderam um filho por morte no navio, devido à falta de assistência.
Ao chegarem
ao Rio Grande Sul, no porto de Porto Alegre, foram levados a colônia denominada
de Silveira Martins, nome dado em homenegem a Gaspar Silveira Martins, por ter
estimulado a vinda de imigrantes para o Sul.
Partiam de
Porto Alegre de barco até Rio Pardo, ao deixarem o barco seguiam a pé ou de carro
de boi até Val de Buia.
Junto com as
famílias Coradini, Marquezan, Giuliani e
outros para Santos Anjos, Região hoje pertncente a Faxinal do Soturno, onde
Piero Stona recebeu o lote nº 167.
Pietro Stona
no primeiro casamento com Catarina Lazzari teve seis filhos (Antonio, Maria
Ângela e João Stona), no segundo casamento com Dorotéia Vilani teve outros
quatro filhos (Carlos, Catarina, Amália e Colastica).
Observação: existem contravércias nas informações pesquisadas,
pois nas anotações do Pe. Marcuzzo, de Santa Maria, o nome registrado era
Pietro Stona, mas no meio familiar foi também conhecido por Piero Stona, este
tipo de erro era muito comum naquela época.
Maria Soncini Stona
João Stona
Família de Brandina e
Ângelo Stona.
Quando aqui
chegaram os primeiros moradores era tudo mato. Começaram a desmatar para fazer
suas casas e roças, desmatavam com foices, machados e serra de mão. A mão – de
- obra era toda braçal, ou utilizavam animais para ajudar.
Preparavam as terras com enxadas, depois veio os arados a boi. As
sementes eram lançadas com a mão ou faziam uma cova com um bastão de madeira
com uma das extremidades em forma de cunha (saraquá). As sementes ficavam numa
sacola de pano pendurada no pescoço. Abria – se a cova e colocava – se três ou
quatro sementes em cada buraco e tapava com o pé. Depois surgiram as máquinas
manuais. Colhia seus produtos com foices a mão e batiam com manguá (dois
pedaços de madeira unidos com couro). Só bem mais tarde surgiram as
trilhadeiras.
Descascavam
arroz no pilão para cozinhar e faziam canjica com o milho. Mais tarde levavam o
milho e o trigo nos moinhos para moer e fazer farinhas.
Naquela
época a comida era a polenta, pão e outros alimentos tirados da terra e algumas
caças e pescas.
O meio de
transporte era o cavalo, a carroça e boi ou andavam a pé.
Usavam o
tórcio para moer a cana. Este era um engenho composto com moenda (três rolos de
madeira ou de ferro, colocados juntos entrelaçados com engrenagem) as pessoas
colocavam a cana entre os rolos, este era tocado a boi ou cavalo.
As mulheres
assavam seus pães nos fornos de barro.
As famílias
inteiras iam à missa em Silveira Martins ou Val Veronês ou Santos Anjos.
A maioria
das crianças só aprendia fazer o nome (o vô Ricardo sempre diz que foi sete
anos na aula e só aprendeu escrever o nome).
Tórcio
Tórcio movido a boi.
Enxada e foice.
Manguá.
Selin(arreio com assento para
o sexo femenino).
Sela
e estribo.
Pilão.
Aranha.
Trilhadeira.
Forno de barro.
Hoje é
cultivado arroz, milho, soja, feijão, fumo e cana. Produz-se açúcar mascavo
(açúcar -de -cana), melado e rapadura. É utilizado o engenho movido a motor.
Para
preparar a terra é utilizado o trator e para colher a máquina.
Engenho
Preparando o caldo de
cana para fazer o açúcar, melado e rapadura.
Maquete da Linha Saxônia.
Esta pesquisa foi feita baseada no relato das
pessoas da comunidade. Alguns dados foram tirados de livros que falam da
história de Faxinal do Soturno.
Eliana Gass Benetti, Heidi Coradini e Marlene Stona.
Parabéns pelo resgate desta comunidade, maravilhosa.
ResponderExcluirMuito bom. Poderia desenvolver mais, criando uma genealogia para cada familia.
ResponderExcluirHermoso documental. Mi familia también vino de Italia y otra parte de Francia, y otro poco de Brasil y otro poco indígena. Pero es así como nacieron las primeras poblaciones de nuestra América Latina.
ResponderExcluirParabéns Eliana muito bonito
ResponderExcluiresse trabalho familiar ecomunitario um forte abraço amiga