terça-feira, 16 de outubro de 2012

História da Origem da Linha Saxonia








LEVANTAMENTO HISTÓRICO CULTURAL DAS COMUNIDADES

Segundo os livros que contam a história de Faxinal do Soturno, a imigração italiana para o Rio Grande do Sul, mais especificamente para a Quarta Colônia, Tinha sede em Silveira Martins. Os imigrantes que vieram se estabeleceram nesta sede em lotes coloniais comprados do governo. Quando a sede já estava povoada foram criados núcleos nos arredores como, por exemplo, Núcleo Norte hoje Ivorá, Núcleo Soturno hoje Nova Palma.
No caso de Faxinal do Soturno, estas terras pertenciam a particulares portugueses: Miguel Martins Pinto e Eduardo Lima. Estes vendem suas terras, que serão loteadas e vendidas aos colonos italianos. Então surgiram as comunidades.
Nesta época ainda não existia a Linha Saxônia, a maioria das terras fazia parte de Val Veronês que pertencia à Silveira Martins. Ela só passou existir depois da municipalização de Faxinal do Soturno (1959).
Até 1959 os batizados, casamentos eram realizados na Igreja de Val Veronês (hoje é Santuário) e enterravam seus entes queridos no cemitério da mesma localidade, que pertencem à Paróquia de Silveira Martins.

        Linha Saxônia                           

Segundo o que contam as pessoas da comunidade, o nome surgiu a partir da palavra “sasso”, que quer dizer “pedra” em italiano. Deu-se esse nome porque havia muitas pedras no local, então foi dado o nome de Linha Saxônia. Outros dizem que o nome foi tirado da Itália.



Segundo relato de Roque Benetti os primeiros moradores foram:
Manoel Ribeiro mandava da divisa de Linha Base (Silveira Martins) até o Rio Soturno, começou vender (trocar) pedaços de terra em troco de cavalo, arreio (sela), comida,...
 Depois veio o Pasqualini,
Giuseppe Coradini (filho) veio com sua mãe Margherita Bortholan (viúva) e seus irmãos Hermenegildo, Celeste Pietro, Leopolda e Carlos, vieram em 1882. Este se casou com Maria Catalan em Silveira Martins.
Guerino Coradini

Pietro Stona veio com sua esposa Catarina Lazzari.

Paulo Lora veio em 1882 com22 anos.

Páscoa Bagolin, veio em 1886, esta casa com Paulo Lora.

Domingos Pienis

Pedro Benetti casa com Maria Coleto em 1903 e vem morar neste local.

Antonio Benetti também casa e vem com o irmão Pedro (antes de casar moravam em Guarda Mor com seu pai Gasparo Benetti)

Quando as terras não produziam mais e não tinha mato para derrubar e fazer suas roças, as famílias iam procurar novas terras produtivas ou mata para derrubar. Como foi o caso da família Fachin, Ângelo Stochero e Antonio Benetti. Já os Lorenzoni terminaram porque o casal não teve filhos, mas adotaram Fiorindo Pozzer, que herdou a terra, hoje ainda vive e está com 92 anos.

Mais tarde vieram:

Celestino e Alexandra Ramos

Felipe Gomes

Angelim da Silva (hoje mora na cidade de Faxinal do Soturno).

Estes vieram para trabalhar de diarista com os moradores italianos.

Nesta época existia:


  •    Alambique movido à água —proprietário — o Pasqualini.

  •    Roda de moinho movido à água —proprietários — Giuseppe Coradini (filho) e Maria Catelan.

  •    Engenho prensa de cana e alambique movidos à água de Narciso Bertagnoli, depois João Amadori fez uma oficina de madeira, que não deu certo e em 1945 Aquiles Cervi fundou uma fábrica de bebidas que fazia o refrigerante Gasosa PEDRA BRANCA, esta fechou em 1955. Tudo isso se localizava onde hoje mora Roque Benetti.

  •    Moinho d’agua, que fazia farinha de milho e junto tinha a serraria Pica-pau, esta foi destruidapor uma enchente em 1945. Neste local hoje está construído o Centro Comunitário José Coradini.

  •    Alambique de José Coradini (filhos).

Hoje, tem um alambique que faz um pouco de cachaça — proprietários — Oclides e Neuza Benetti.




 

Segundo relato de Ângelo Stona, a primeira escola era na residência de Pietro Stona, a aula acontecia na sala da residência. Mais tarde na residência de Adélio Benetti. Depois construíram uma pequena escola (de madeira) na propriedade de José Coradini. E por último construíram uma escola (de tijolo) — MANOEL RIBEIRO — na terra doada pelos Stona. Hoje a escola está fechada
.







                                                                           
                                            Frente     





 Fundo
  Casa de Pietro Stona, hoje é de Ângelo Stona. Agora é usada como galpão.








                           Escola Manoel Ribeiro, hoje está desativada.


Na comunidade tem um Centro Comunitário, o terreno foi doado pelos irmãos Ilário e Ovídio Coradini e Oreste Stona. Os Coradini fizeram a doação, mas exigiram que o Centro tivesse o nome de seu pai — José Coradini inaugurado em 1990 .




            Aqui foi feita a primeira promoção para ter fundos e começar a construir o CENTRO COMUNITÁRIO JOSÉ CORADINI.




                     Aqui se reuniam para jogar carta, antes de construir o CENTRO. 



                                   Construção do Centro Comunitário José Coradini.    













       A Quadra, o Centro e a Escola Manoel Ribeiro.


Inauguração da Quadra de Esportes. 


 Primeira festa no Centro.



                                   O Centro Comunitário José Coradini;
                                   O Ginásio ainda não inaugurado.


                                     Também temos o Capitel Mãe Rainha.



                       A Padroeira da nossa comunidade é Nossa Senhora Aparecida.







A energia elétrica surgiu por volta do ano 1951 e 1956. Os moradores fizeram uma associação, compraram os fios e os postes para puxar a energia, em 1951 foi até a casa de Santo Benetti (hoje perto de Oclides Benetti). E em 1956 puxaram até os Coradini.

O primeiro rádio foi adquirido em 1952 por Romano Benetti.

A primeira televisão preto e branco foi adquirida em 1970 por Ilário Coradini, próximo dos jogos da Copa do mundo, tinha imagem e não tinha som. Nos dias de jogos, os vizinhos se reuniam para assistir a imagem pela televisão e a narração pelo rádio.

Ilário Coradini também comprou a primeira geladeira.

Belásio Benetti comprou o primeiro freezer em 1982.

O primeiro telefone foi o RURAL CEL, comprado em 1997 por Belásio Benetti. Depois vieram os celulares. Telefone de linha não tem.

O primeiro computador foi comprado em 2000 por Oclides Benetti, que em 2002 colocou Internet.








Atualmente na comunidade tem aproximadamente sessenta e oito famílias.




       Mapa de todas as casas e estradas principais da Linha Saxônia.




Casas da Linha Saxônia—agosto /2010:

               1—Elenita Stona
               2— Casas dos Stochero (sem morador)
               3— Paulo Luiz Benetti
               4—Valdir Benetti
               5—Cleber Pereira
               6—Cereno Pienis
               7—Oclides Benetti
               8—Lídia Moraes
               9—Marli Pereira
               10—Neuza Bastiani
               11—Arno Bastiani
               12—Marciano Silvano (morador)
               13—Laurinda Benetti / João Moraes
               14—Roque Prevedelo
               15—Maria Martinazo
               16—Abílio Martinazo
               17—Solange Weber
               18—JairWeber
               19—Felizberto Weber
               20—José dos Santos
               21—Adi Stochero
               22—Adelina Lopes
               23—Lúcia Lopes
               24—Elisandra Lopes
               25—Maria / Tereza /Armando Cassol
               26—Ângelo e Ari Cassol
               27—Fiorindo Pozzer
               28—Leovaldo Lopes / Daniela Lopes
               29—Ivone Ortis (morava)
               30—Vicente Benetti
               31—Ildo Benetti
               32—Domingos Benetti
               33—Capitel Mãe Rainha
               34—Ricardo / Alvaro Benetti
               35—Belásio Benetti
               36—Vilso Coradini
               37—Jolene Coradini
               38—Diceu Stona
               39—Ângelo Stona / Odacir dos Santos
               40—Danilo Stona
               41—João dos Santos
               42—Hélio Coradini
               43—Amábile / Vanderlei Coradini
               44—Higino Coradini
               45—Olavo Coradini
               46—Francisco Antonio Coradini
               47—Hélia / Ismael Coradini
               48—Nelson Coradini
               49—Jorge Alécio Coradini
               50—Eugênio Weber
               51—Escola Manoel Ribeiro (prédio)
               52—Centro Comunitário /Ginásio (em construção)
               53—Arlinda /João Alberto Coradini
               54—Cirlei (sem morador)
               55—Osvaldo Ribeiro
               56—Hermes do Nascimento
               57—Gustavo do Nascimento
               58—Roque Benetti
               59—Marcio Benetti (sem morador)
               60—Agomar Benetti
               61—Arnaldo Albert
               62—Givanildo do Nascimento
               63—Marco Silvano
               64—Adão Ramos
               65—Alexandro Girardi
               66—Luiz Girardi
               67—Sílvio Girardi
               68—Claudio Gomes






                                                   Casas antigas.



Esta foi a cozinha de Maria Catelan e Giuseppe Coradini, usaram na construção pedras e tijolos feitos por eles. Em cima ficava a cozinha e em baixo o porão. Hoje mora Francisco Antonio Coradini.




            Esta era a residência de Ovídio Coradini, hoje não mora ninguém.  





Primeira casa de Pietro Stona. 


                                                   Atualmente   


Esta foi construída por João Stona em 1939, agora mora seu filho Ângelo Stona, netos e bisnetos. 




                                                         Está sendo restaurada. 













                                      Casa de Fiorindo Pozzer. 







         Era de Frederico Coradini. Hoje é de Hélio Coradini e família.





                                                     Era de Santo Benetti.  




                                                  Casa de Vitélio Benetti.



      Era de Celso Pienis.hoje mora Cleber Pereira.





                                                      Casa de Elenita Stona.



                                                      Casa de Valdir Benetti.



                                                                             Casa de Ricardo Benetti.









                Pessoas que aqui moraram.


Maria Catelan .


Rosa S. Coradini(1ªesposa) de José Coradini 



 Zelinda Cereta Coradini(2ªesposa) e José Coradini (José filho de Giuseppe Coradini)


                  Frederico Coradini e Rosa Coradini com seus filhos (no casamento de sua filha).



         Luissina Dall’Asta Coradini , Marcelino Coradini (filho de Giuseppe Coradini) com seus filhos. 



Luissina e Marcelino com alguns netos . 


Rosa Lora Benetti , Romano Benetti e seus filhos.








Pietro Stona nascido em 01/10/1858,Comunidade de Vicenza na Itália.


                                              Pietro Stona
Antes de sair da Itália, da Região de Monte di Sassi, além de providenciar no seu passaporte, e no atestado de vacina, foi obrigado a prestar o serviço militar no Exército Italiano para só assim ser liberado para emigrar para o Brasil. Piero veio com sua esposa Ccatarina Lazzari que durante a longa viagem, perderam um filho por morte no navio, devido à falta de assistência.
Ao chegarem ao Rio Grande Sul, no porto de Porto Alegre, foram levados a colônia denominada de Silveira Martins, nome dado em homenegem a Gaspar Silveira Martins, por ter estimulado a vinda de imigrantes para o Sul.
Partiam de Porto Alegre de barco até Rio Pardo, ao deixarem o barco seguiam a pé ou de carro de boi até Val de Buia.
Junto com as famílias Coradini, Marquezan, Giuliani e outros para Santos Anjos, Região hoje pertncente a Faxinal do Soturno, onde Piero Stona recebeu o lote nº 167.
Pietro Stona no primeiro casamento com Catarina Lazzari teve seis filhos (Antonio, Maria Ângela e João Stona), no segundo casamento com Dorotéia Vilani teve outros quatro filhos (Carlos, Catarina, Amália e Colastica).
Observação: existem contravércias nas informações pesquisadas, pois nas anotações do Pe. Marcuzzo, de Santa Maria, o nome registrado era Pietro Stona, mas no meio familiar foi também conhecido por Piero Stona, este tipo de erro era muito comum naquela época.




                        Maria Soncini Stona  

                           João Stona 



                   Família de Brandina e Ângelo Stona.






Quando aqui chegaram os primeiros moradores era tudo mato. Começaram a desmatar para fazer suas casas e roças, desmatavam com foices, machados e serra de mão. A mão – de - obra era toda braçal, ou utilizavam animais para ajudar.
Preparavam as terras com enxadas, depois veio os arados a boi. As sementes eram lançadas com a mão ou faziam uma cova com um bastão de madeira com uma das extremidades em forma de cunha (saraquá). As sementes ficavam numa sacola de pano pendurada no pescoço. Abria – se a cova e colocava – se três ou quatro sementes em cada buraco e tapava com o pé. Depois surgiram as máquinas manuais. Colhia seus produtos com foices a mão e batiam com manguá (dois pedaços de madeira unidos com couro). Só bem mais tarde surgiram as trilhadeiras.
Descascavam arroz no pilão para cozinhar e faziam canjica com o milho. Mais tarde levavam o milho e o trigo nos moinhos para moer e fazer farinhas.
Naquela época a comida era a polenta, pão e outros alimentos tirados da terra e algumas caças e pescas.
O meio de transporte era o cavalo, a carroça e boi ou andavam a pé.
Usavam o tórcio para moer a cana. Este era um engenho composto com moenda (três rolos de madeira ou de ferro, colocados juntos entrelaçados com engrenagem) as pessoas colocavam a cana entre os rolos, este era tocado a boi ou cavalo.
As mulheres assavam seus pães nos fornos de barro.
As famílias inteiras iam à missa em Silveira Martins ou Val Veronês ou Santos Anjos.
A maioria das crianças só aprendia fazer o nome (o vô Ricardo sempre diz que foi sete anos na aula e só aprendeu escrever o nome).


                                                                                                                     Tórcio   



                                        Tórcio movido a boi.


                                               Enxada e foice.



                                                                           Manguá.



                         Selin(arreio com assento para o sexo femenino).





                                   Sela e estribo.



                                                     Pilão.




                                                                          Aranha.





                                                                     Trilhadeira.





                                                                 Forno de barro.








Hoje é cultivado arroz, milho, soja, feijão, fumo e cana. Produz-se açúcar mascavo (açúcar -de -cana), melado e rapadura. É utilizado o engenho movido a motor.
Para preparar a terra é utilizado o trator e para colher a máquina. 


                                                                                 Engenho  




Preparando o caldo de cana para fazer o açúcar, melado e rapadura.






                                                Maquete da Linha Saxônia.



          Esta pesquisa foi feita baseada no relato das pessoas da comunidade. Alguns dados foram tirados de livros que falam da história de Faxinal do Soturno.

Eliana Gass Benetti, Heidi Coradini e Marlene Stona.    





                                                           












                                                                                                                 






































       









5 comentários:

  1. Parabéns pelo resgate desta comunidade, maravilhosa.

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  2. Muito bom. Poderia desenvolver mais, criando uma genealogia para cada familia.

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  3. Hermoso documental. Mi familia también vino de Italia y otra parte de Francia, y otro poco de Brasil y otro poco indígena. Pero es así como nacieron las primeras poblaciones de nuestra América Latina.

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  4. Parabéns Eliana muito bonito
    esse trabalho familiar ecomunitario um forte abraço amiga

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